Ieda Fontoura Corrêa - Talento eternizado em porcelana



 Na sequência de reportagens especiais que o Folha da Cidade vem trazendo, pelo menos duas vezes ao mês, Ieda Fontoura Corrêa é a entrevistada desta edição. Uma pessoa de trato jovial e agradável, que nos recebeu amistosamente em sua residência, na tarde de terça-feira, dia 4, que apesar de inverno, dava ares primaveris, em face da agradável temperatura que agraciava a Capital da Paz.

 Ieda tem um talento incomum, e é uma das poucas pessoas na cidade que trabalha com a técnica de pintura em vidros e porcelanas. De origem muita antiga, a porcelana tem seus primeiros registros na china entre os séculos VI e VII. 

 Ela conta que desde cedo gostou de trabalhos com artes manuais. Aprendeu sozinha, confirmando uma tendência familiar, pois, tanto o lado paterno, quanto materno possuiam habilidades incomuns. Na mocidade fazia mapas, desenhos de revistas, paisagens demonstrando o seu talento natural. Com o olhar diferenciado que caracteriza os artistas, gostava de restaurar peças de madeira, dando o seu toque pessoal em peças que personalizava.

 Como produtora rural, Ieda morou muitos anos no interior do município, mesmo depois de casada, mas sempre desenvolvendo seus trabalhos. Cursos de especialização em Santa Maria no atelier de Horacina Cunha, em Porto Alegre no atelier de Tânia e em Dom Pedrito, com Corali Peçanha possibilitaram que a artista desenvolvesse e aprimorasse sua técnica. 

 Diversas exposições onde logrou premiações importantes com seus trabalhos estão no currículo desta ilustre representante dos muitos talentos da cidade. Por sua qualificação, Ieda deu aulas por 10 anos aqui em Dom Pedrito e 8 anos em Santana do Livramento no atelier de Lúcia Caminha. Devido à qualidade de suas peças, ela trabalhou comercialmente por muitos anos, recebendo, inclusive, encomendas. Hoje, mãe de 6 filhos, 11 netos e 2 bisnetos, ela tem outras ocupações, e apenas desempenha suas atividades de forma esporádica, como um hobby ou para presentear amigos e familiares. Talvez por ser uma arte relativamente cara, dado que os materiais necessários para desempenhá-la não são poucos, como tintas, as peças a ser pintadas, o forno para queimá-las, enfim, são limitadores aos participantes dessa arte. 

 As imagens que mostramos nesta página representam diversas técnicas empregadas pela artista. Ela fala que a pintura em vidro e porcelana requer paciência e dedicação, pois a conclusão de uma peça pode levar vários dias, mas como toda arte, ela relaxa e desperta nobres sentimentos. Esta é um pouco da história da  "dona Ieda", uma mulher que reúne a simplicidade de ser, com o requinte de uma arte milenar. Parabéns, Ieda.

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