Morre homem que tropeçou em tampa de bueiro



 Quem lê o Folha da Cidade,  acompanhou o caso de Valdir Costa da Silva desde o dia em que ele tropeçou em uma tampa de bueiro fora de nível na calçada da Rua Osvaldo Aranha, cruzamento com a Rua General Neto, ao lado da quadra de esportes da Escola Alda Seabra. Após internações, tratamentos, campanhas para angariar medicamentos e fraldas, Valdir veio a falecer no domingo passado, dia 30. Conversamos com Elia Zilmann, viúva de Valdir, que contou a nossa reportagem como foram os últimos dias do esposo.

 No dia 12 de julho, Valdir sentiu-se mal em casa e precisou ser levado ao Pronto Socorro. Lá fizeram exames e foi detectado um problema cardíaco, o que causou mais preocupação em sua família que já vinha enfrentando muitas dificuldades. Valdir retornou para sua casa, mas segundo Elia, seus esposo já não era mesmo - muito fraco, com dificuldade para respirar e se expressar, sem força nas pernas, etc. Pessoas que o visitavam, como amigos e familiares se espantavam de vê-lo naquelas condições, chegando a não reconhecê-lo, tamanha foi a transformação em sua saúde depois do acidente.

 Dia 28 de julho, à noite, Elia percebeu algo errado em Valdir. Sua respiração parecia alterada. Então ela preparou um chá para ele. Como a dificuldade persistia, Elia chamou o Samu, que o levou ao Pronto Socorro mais uma vez. Lá, ele passou a madrugada e no dia seguinte foi internado na Santa Casa de Caridade. Seu quadro só piorava, sendo necessária sua transferência para a Unidade intermediária. Os médicos informaram-na da gravidade e não deram esperanças de melhora.

 Lembrem-se que foi depois de um tombo ocorrido no dia 30 de março deste ano que Valdir teve sua existência abalada, mas não só isso, toda a sua família sofreu uma viravolta em decorrência daquele momento fatídico. Vejam como a vida é irônica. Uma simples tampa de bueiro fora do lugar, desencadeou uma serie de acontecimentos na vida de uma pessoa, que poderia ser qualquer um dos que hoje leem estas linhas. Elia falou que lhe tiraram o marido, um homem trabalhador, saudável, que colocava dinheiro dentro de casa. Hoje, ela ainda se ressente de todo abalo sofrido e das dívidas acumuladas.

 Agora, Elia se organiza para tocar sua vida em frente, pretende doar os medicamentos que seu falecido esposo tomava, bem como as fraldas de que fazia uso. Entre a dor da perda e o sentimento de ter feito tudo o que podia pelo falecido esposo, ela continua se perguntando: "Por quê?".




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