Ancestralidade e Epistemologia Afrocentradas, reflexões sobre as mulheres negras e a escrita de suas histórias


 Será no dia 16 de agosto, às 19h30min, no salão de atos do Instituto Estadual de educação Bernardino  Ângelo. A palestrante será Stephanie  Campos Paiva Moreira, professora e doutoranda em  Estudos  Étnicos  e Africanos, pela  Universidade Federal da Bahia. O evento evoca a memória de Gisele Bueno Pinto e o dia do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,  a ser celebrado em 17 de agosto. O evento é uma parceria entre prefeitura, o Departamento de Cultura, Museu Paulo Firpo e  I. E. E. Bernardino Ângelo. No dia seguinte, 17, haverá um abraço à Casa de Cultura Gisele Bueno Pinto, momento que visa voltar os olhares para este prédio que futuramente abrigará as atividades culturais de nosso município

Quem é Stephanie

 Stephanie Campos Paiva Moreira pertence a uma família Moreira aqui de Dom Pedrito. Seu pai é natural da cidade e no início da década de 1970, mudou-se para o Rio Grande do Norte, onde casou-se e teve filhos, dentre eles, Stephanie, por isso a ligação com a Capital da Paz. Ela é Cientista Social com mestrado em Antropologia e esta é a primeira vez, portanto, que ela vem a Dom Pedrito, por dois motivos: realizar a pesquisa de doutorado que vem fazendo pelo Programa de pós-graduação de Estudos Étnicos Africanos da UFBa e conhecer um pouco mais de suas origens.

O que a trouxe a Dom Pedrito

 Como Stephanie vem realizando uma pesquisa sobre ancestralidade familiar negra, ela decidiu iniciar o trabalho a partir da referência de sua própria família. Baseado na crença de que no Rio Grande do Sul não existiam negros antigamente, ou de uma certa invisibilidade da raça nessa região, ela percebeu que a sua negritude veio justamente do Sul, por isso ela decidiu voltar e estudar essas referências. A pesquisa está assentada na importância das mulheres negras na ascensão social dessas famílias negras. Stephanie procura dados sobre sua avó, sua bisavó e sua tataravó e a partir da trajetória dessas mulheres, tentar entender um pouco mais sobre o contexto da cidade, como foi o processo de abolição, como se organizavam as famílias negras locais, material que irá compor sua tese de doutorado.

 Ela deverá ficar aproximadamente dois meses na cidade realizando a pesquisa documental, no que ela tem se socorrido do acervo do Museu Paulo Firpo e dos vastos conhecimentos históricos do professor Adilson Nunes de Oliveira, museólogo e diretor da instituição. Deverá também fazer algumas entrevistas e pesquisas cartoriais.

 Na sua palestra ela abordará o tema "mulheres negras e a escrita de suas histórias",  onde será destacado a importância delas tendo como referência outras mulheres negras, visando dar-lhes maior visibilidade e entender como essas mulheres abriram caminho para Stephanie, como intelectual, como fizeram suas ancestrais em suas lutas diárias para que ela, hoje, pudesse ter acesso a coisas que elas não tiveram.

O que achou de Dom Pedrito

 Stephanie relata que a cidade tem sido muito acolhedora.  Os parentes que pode conhecer, também foram muito receptivos. Entre eles, algumas primas distantes, Sinara, filha do saudoso Antonio Sapateiro, que era primo de sua avó e a Narinha, conselheira tutelar, filha do alfaiate João Alves, uma tia avó, parente mais próximo e que mora na antiga casa em que morou seu pai.

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