Leonardo Giron, o novo promotor de justiça, fala para o Folha


 Na semana que passou, o jornalismo do Folha da Cidade esteve na sede do Ministério Público de Dom Pedrito e conversou com o novo promotor de justiça - Leonardo Giron. Ele tem 35 anos e é natural de Caxias do Sul, é casado, pai de um filho de um ano e quatro meses, e está em Dom Pedrito desde o dia 28 de junho. De família de advogados, seguiu a carreira onde a vocação foi transmitida pelo sangue. Concluiu  a faculdade de Direito na a Ulbra de Gravataí no ano de 2008. Entrou cedo para o serviço público - primeiro foi agente comunitário de saúde, depois, servidor de legislativo municipal em Imbé. Aos 22 anos ingressou como servidor do poder judiciário, onde permaneceu por nove anos. Em 2013 foi aprovado no concurso para promotor de justiça e em 2014 assumiu o cargo na cidade de Panambi, sua primeira comarca como titular, porém, em substituições atuou em diversas cidades como Catuípe, Julio de Castilhos, Tupanciretã, Cruz Alta, Sarandi, Passo Fundo e Santa Bárbara do Sul, esta última,  onde permaneceu em substituição por dois anos, sempre acumulando as funções, até ser promovido e transferido para a Capital da Paz, cidade que ainda não conhecia.

 Suas primeiras impressões com relação à nova comarca tem sido positivas. Dr. Leonardo admirou-se bastante com a arquitetura urbana e com a história pedritense frente ao cenário estadual. O promotor observa no pedritense algo que é encontrado no povo gaúcho, que é o fato de ser uma gente que busca seus direitos. "Nós temos uma cultura de demandar, algo que nos acompanha há bastante tempo, a exemplo das lutas empreendidas pelo povo gaúcho em épocas passadas, o que acaba se refletindo até hoje, afinal, são poucas gerações desde os últimos episódios", disse o promotor, que fez, ainda, uma relação entre os dados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e os do Piauí, por exemplo, onde as demandas do Ministério Público, em comparação, são bem menores. Observou que, em razão dos fatores culturais arraigados ao povo gaúcho, nossa gente tem por norma de conduta, lutar pelos seus direitos, que vez por outra encontram conflitos e acabam por chegar ao Poder Judiciário, onde o Ministério Público, instituição independente, assume importante papel.

A comunidade pedritense

 Em certo ponto de nossa conversa, mencionamos o fato de o povo pedritense ser bastante atuante quando se trata de buscar os seus direitos, e acompanhar atentamente as questões políticas, sociais e jurídicas, fato que testemunhamos através de nosso trabalho jornalístico. Sobre isso, dr. Leonardo avalia como sendo este comportamento, fruto do interesse da comunidade em buscar as demandas sociais, e de certa forma, participar da vida na sociedade a qual pertence, e isso é cidadania, algo que vai muito além do ato de votar, ressaltando o papel da imprensa nesse contexto.

O que é ser um promotor de justiça?

 Para dr. Leonardo, o promotor de justiça é o agente que busca sempre a transformação do seu meio social para melhor, não só no que diz respeito ao acompanhamento cego de um processo judicial, por exemplo, mas também é aquele que busca a demanda na sociedade para tentar encontrar, de alguma forma, soluções para suas necessidades, o que significa dizer que o Ministério Público não precisa ser provocado, como a própria nomenclatura do cargo sugere. É uma missão de vida, é representar o estado nessa busca do bem coletivo. Em se falando sobre moralidade e legalidade, dr. Leonardo foi enfático: "A moralidade deve prevalecer", sempre lembrando que o nosso ordenamento jurídico é perfeito, o que não é perfeito são as leis criadas de forma imoral. Por isso a necessidade de o homem buscar sempre a moralidade, a probidade e aí sim haverá legalidade, onde se chega por consequência aos pilares de nosso estado de direito, onde está a democracia. Nesse contexto, lembrou que o importante é cada um fazer a sua parte e pensar no que se está fazendo para mudar determinada realidade, no lugar de somente apontar o dedo. "Cada um precisa assumir a responsabilidade pelos seus atos, e eu procuro fazer a minha parte, como promotor de justiça", frisou.

Migração para a magistratura

 Perguntamos se nas suas pretensões estaria, em algum momento, migrar para a magistratura. Com segurança, o promotor disse: "Nunca". Falou que este fato não está ligado a questões pessoais, até porque as carreiras são equiparadas. Na sua concepção, o Ministério Público faculta uma possibilidade de atuação que para ele é mais gratificante, além de ser a sua vocação, é evidente. Por ter sido durante vários anos, servidor do Judiciário, chegou a pensar que ser juiz pudesse ser mais fácil, época em que pensava ser muito difícil a prova para o MP, isto até prestar concurso para a instituição, momento em que teve certeza de sua missão, e hoje se sente realizado.

O que espera de Dom Pedrito

 Sobre este ponto, dr. Leonardo disse que, excluindo fatores externos, não pretende sair daqui tão cedo, o que é bom para a cidade, que tem no agente do Ministério Público um profissional que, com o passar dos tempo, passará a conhecer a sua realidade. "Quero fazer o meu papel na cidade, para melhorar a minha comarca, e o dia que precisar sair daqui, que seja com o sentimento de que fiz meu papel da melhor maneira possível", finalizou o promotor, que se colocou à disposição da comunidade, ressaltando que ele, como representante do Ministério Público, será sempre um membro vocacionado à carreira e dedicado à Dom Pedrito.

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