Coluna Espírita

Em 30 de junho de 2018.

Diante dos animais

 Em uma breve análise a respeito de nossos irmãos na retaguarda evolutiva, é de bom alvitre registrar que os que hoje envergam a roupagem da animalidade, representam apenas um degrau evolutivo dos seres da criação e como tal, merecem todo o nosso respeito e consideração. Diante da opinião conservadora, os animais seriam seres criados para entreter nossos olhares, para nossa própria alimentação ou em outras situações para nos auxiliar em nossas tarefas, não raro em situações degradantes. Seriam desta forma indivíduos criados unicamente para a subserviência e eternamente condenados à inferioridade. Segundo este pensamento, teria Deus então favorecido a nós humanos e destinado os animais a uma perpétua subalternidade. Pensamento incompatível com a perfeição divina que espalha seus dons de maneira igual para todas suas criaturas. De acordo com os ensinamentos dos espíritos superiores, os animais representam um, apenas um dos múltiplos estágios em que o espírito se aperfeiçoa de maneira lenta e progressiva. Representam esses estágios inferiores, o cadinho em que se elabora e refina nossa essência imortal. O modo de criação dos espíritos, desconhecemos totalmente, sabemos tão somente que são criados simples e ignorantes, mas suscetíveis de, pelo seu próprio esforço atingirem a perfeição. Assim, estagiando nos reinos inferiores da natureza, o princípio inteligente se elabora lentamente, adquirindo e construindo para si mesmo as experiências necessárias às suas futuras conquistas. É sabido que a natureza não dá saltos. Todas suas mudanças são lentas. Ao longo de milênios, a superfície da Terra vem sofrendo modificações constantes. Os seres vivos igualmente evoluem e adaptam-se às mais variadas condições. Porque haveria de ser diferente com o espírito? Se o próprio corpo que o reveste não nasce concluído, necessitando de alguns anos para chegar a sua maturidade, porque estaria a alma dispensada do trabalho que lhe é necessário? É por isso que tudo se encadeia na natureza, desde o átomo até o arcanjo. Tudo segue uma ordem superior e embora nos pese aceitar, há coisas que por ora escapam nossa estreita compreensão. Já disse Léon Denis que: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem". De forma poética o continuador dos postulados espíritas iniciados por Kardec encerra neste pequeno trecho todo o seu pensamento em relação a nossa evolução anímica. Assim, esquivemo-nos dos maus tratos para com nossos companheiros de jornada evolutiva. Diante das pesquisas cientificas ou de necessidades alimentares, utilizemo-los com respeito e dignidade a fim de não cairmos nas malhas do abuso; quando acolhidos ao ninho doméstico, prestemo-los os cuidados necessários a sua vida, cuidando para que os impulsos de proteção e carinho não ultrapassem os limites da razão a pretexto de amá-los. Diante da lei suprema, os seres da retaguarda evolutiva são tão carentes quanto nós, no que diz respeito às necessidades de progresso. Uma vez que somos conhecedores de nossas ações, a responsabilidade sobre eles assumida, também aumenta. Pensemos nisso!

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