O lixo e a comunidade


 Não de hoje que a reportagem do Folha da Cidade aborda esse assunto -  o lixo, notadamente aquele que é depositado irregularmente em regiões mais afastadas do centro da cidade. Não é difícil, igualmente, para qualquer um constatar o que dizemos. Em uma volta ligeira como a que demos no início da semana que passou, é fácil flagrar em alguns lugares, o lixo jogado à beira da rua. Na maioria das vezes são as limpezas de pátio - grama, galhos, mas também encontra-se outras coisas - móveis, eletrodomésticos, animais mortos e, pasmem, lixo doméstico, que possui coleta regular em no mínimo três dias por semana.

 O que justificaria o fato de as pessoas depositarem lixo nesses locais, uma vez que estamos em uma cidade? E por mais urgência que se tenha em fazer o seu descarte, existem inúmeras alternativas para tal.

 Atendendo indicações de leitores do Folha da Cidade, percorremos dois trajetos específicos para verificar a situação em que se encontravam esses locais, quais sejam, as duas rotas da safra. Infelizmente o cenário é o mesmo que viemos encontrando há bastante tempo. Lixo de todo tipo jogado à beira da rua.

 A esse respeito, nós conversamos com a secretária de Planejamento Luciane Moura. Ela nos disse que a questão é grave, sem dúvida, e que a prefeitura faz, eventualmente, o recolhimento desse material. Luciane admitiu a dificuldade em se flagrar as pessoas que assim procedem, que, além de estarem agindo sem a mínima noção de coletividade, estão sujeitas a serem responsabilizadas perante a lei municipal, em que o Código de Posturas prevê multa, no caso de comprovada infração do mesmo. Ela chegou a nos relatar um caso recente, onde servidores da Secretaria de Agricultura estiveram fazendo a limpeza de um desses pontos onde frequentemente é feito o depósito irregular de lixo - cruzamento das Ruas Júlio de Castilhos e Santos Dumont, e que em menos de 24 horas já haviam colocado lixo novamente.

 Como ação no sentido de dar um maior enfrentamento a essa problemática, a secretária mencionou que a administração está em busca de um local que possa servir para o descarte do lixo que não está classificado como o doméstico. Nesse lugar, haveriam containers destinados ao depósito do lixo, além de oferecer às pessoas que trabalham com materiais recicláveis (catadores) um local adequado, e mais, os pneus velhos, que hoje estão em um galpão com dimensões não muito grandes, poderiam lá ser depositados até serem levados ao seu destino final.

 Quando voltávamos para a redação do jornal, uma ligação de um leitor nos informava sobre um caso semelhante, só que em plena área central, o que não é tão incomum. Em frente ao Hotel Itaipu, ao lado de uma lixeira no canteiro central, estava o que parecia ser um guarda-roupas, desmontado, é verdade, mas totalmente fora do critério de recolhimento de lixo doméstico.

 Já falamos várias vezes, mas vamos repetir: para o descarte desses materiais, como móveis inservíveis, por exemplo, a Ansus, empresa responsável pela coleta do lixo doméstico da zona urbana, recebe esse tipo de material em sua Unidade de Transbordo, na Rua Antenor Madruga, próximo à Vila Arrué, ou seja, não adianta colocar no meio da rua roupeiros, sofás, cadeiras, eletrodomésticos, etc, que o caminhão não os levará.

 A grande questão é a necessidade de conscientização por parte da comunidade, que não pode se queixar da falta de educação ambiental dela mesma.

 Nesse caso, culpar a prefeitura pelo fato de o lixo estar à beira da estrada não possui a menor fundamentação, uma vez que ela oferece a coleta regular. É uma coisa a se pensar.

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