Coluna Espírita


Fazer bem feito

 Não há situação na vida, em que não estejamos sujeitos a essa regra. Precisamos fazer bem feito, para não ter que repetir. O pedreiro que não se utiliza de nível e prumo verá fatalmente sua obra tombar; o aluno que não atinge as metas de aprendizado tem que começar tudo no próximo ano; a dona de casa que pula etapas de sua receita de bolo, não obtém o resultado esperado; o assador que apura o churrasco come carne crua e torrada. Com o processo de aprimoramento do espírito, acontece algo semelhante.

 É incontável o número de vezes que reencarnamos. Uns reencarnam mais que os outros e isso tem uma única causa - não fazer bem feito o dever que toca a toda criatura humana, quer dizer, mais por preguiça do que por ignorância, deixamos para o futuro as ações profiláticas que deveríamos aplicar em nós mesmos. Abusamos de nosso livre poder de escolha, quanto ao nosso modo de agir e ainda enraizados em velhos vícios construímos âncoras quando deveríamos tecer asas que nos elevassem acima de nosso próprio egoísmo. Talvez esse seja o ponto. A supervalorização de si mesmo em detrimento do outro. Devemos, sim, esforçarmo-nos por melhorar moral, intelectual e materialmente, mas nunca de maneira desleal e subjugatória. Não é sem razão que estamos todos ligados por laços, sejam familiares, de amizade ou mesmo de inimizade. A convivência tem por objetivo depurar o ser, sarar velhas feridas e não agravá-las. Não é porque somos espíritos imortais que devemos adiar indefinidamente nossas conquistas no campo da evolução. O mal não está somente no ato de praticá-lo, deixar de fazer o bem já configura um pouco de mal. Deste modo, as tarefas mais singelas, como partes constituintes de importantes engrenagens, assumem papel de extremo valor em todas as atividades da vida, pois sem elas, o mecanismo universal fica prejudicado. Fazer bem feito, para não ter quer fazer novamente. Este deveria ser o lema de todos nós, do amanhecer até o anoitecer, pesando cada pensamento antes de emiti-lo, analisando cada palavra antes de proferi-la, refletindo sobre cada ato, antes de praticá-lo, para que depois não tenhamos que, sob o peso do arrependimento, reparar a falta cometida e assim adiar a construção de nosso edifício moral. Sabemos sim, que Deus nos concederá tantas oportunidades quantas forem necessárias, não obstante, cada nova chance vir acompanhada de ingredientes sempre mais dolorosos, obrigando assim, o espírito refazer indefinidamente o trabalho que deixou inacabado, até que por sua própria vontade decida abandonar o casulo da ignorância e da rebeldia e, enfim, avance na senda do bem e do progresso. Para o porvir, dias de paz, dias de amor. É o homem, finalmente, abrindo os olhos para as verdades do espírito, deixando no passado os erros cometidos e junto com ele sepultando o mundo expiatório que lhe possibilitou forjar os sentimentos, burilar as más tendências para que o planeta de regeneração que o espera, receba consciências igualmente mais bem preparadas. O convite é para todos nós. Fazer bem feito ou prolongar sabe-se lá por quanto tempo, as conquistas da humanidade como um todo.
 Pensemos nisso!

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