Coluna Espírita


Críticas

 Você é daqueles que aceita uma crítica, ou sente-se ofendido e contrariado com uma simples admoestação ou com aqueles que não partilham o seu ponto de vista? Se essa simples pergunta lhe faz rubor nas faces, é porque o clarão da humildade ainda não luziu na sala escura da consciência.

 A crítica, por nos fazer rever atitudes ou opiniões inadequadas, nos desnuda as imperfeições e consequentemente tornamo-nos frágeis nesse momento. É compreensível, faz parte de nossa natureza imperfeita, porém, é através desse mecanismo que a vida se encarrega de aprimorar o ser brutalizado que ainda se revela em alguns lances de nossa caminhada. A própria natureza nos oferece exemplos dessa humildade: Na terra que se deixa ferir pelo fio do arado, para depois florescer em abundância e fartura; no feio bloco de mármore que se entrega docilmente aos dolorosos golpes do artista que, munido de martelo e cinzel, esculpe a obra de arte que embeleza e perpetua os ícones da humanidade; o barro que se permite retirar do pântano para ser amassado e batido por máquinas inclementes, e após ser moldado e queimado em fornos escaldantes, transforma-se no tijolo que vai construir residências, escolas e hospitais. Para onde olharmos, é a humildade a revelar-nos a grandeza e a sublimidade do Divino.

 No momento que não conseguimos aceitar a corrigenda que a crítica oferece, é porque o egoísmo e o orgulho ainda se fazem enraizados em nosso espírito, conclamando-nos ao reajuste, à mudança de atitudes, ao recolhimento íntimo, a fim de que o sofrimento causado por semelhante conduta não continue sua trilha de dores e sofrimentos. Sim, o ser incapaz de aceitar a sua falibilidade, acaba recebendo a duras penas, as consequências de suas irrefletidas e desmedidas ações.

 Conquanto seja aceitável que durante o transcorrer das eras, tenhamos adquirido conceitos errôneos em relação à vida e desta maneira assumido condutas igualmente incorretas, devemos, mesmo que tardiamente, esforçarmo-nos ao máximo para adotar novas posturas, mais humanitárias e condizentes com o atual estado de esclarecimento. Se nossas imperfeições vêm de longa data, é compreensível que a mudança também requeira tempo e paciência, fé e boa vontade para amadurecer em nossa consciência por muito tempo endividada.

 Mas todo esforço será infecundo, se antes não germinar, no íntimo de cada criatura, a semente da humildade. No momento em que conseguirmos realizar esse intento, aos poucos, veremos nossa morada se transformar em um lugar mais agradável para se viver. Não mais haverá motivos para discórdias, não mais as inúmeras razões para se sobrepor uns sobre os outros. Nesse instante poderemos sonhar com esses mundos superiores onde a palavra guerra já foi riscada dos dicionários e o altruísmo é uma ação tão comum quanto o ato de respirar.

Pensemos Nisso!

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