Silvio Bermann


A força solidária da juventude

 Tenho divulgado, aqui no Folha e em meu programa na Rádio Upacaraí, iniciativas promissoras e elogiáveis dos jovens de nosso município em várias frentes de ação. Em tempos onde, de forma recorrente, se enaltece os feitos de gerações passadas e lamenta-se uma certa alienação por parte da juventude, necessário se torna estabelecer um contraponto nessa pauta, destacando-se também as realizações de uma boa parcela dessa gurizada que faz a diferença para melhor na comunidade onde vivemos.

 Enfatizo, no contexto, o valor dos integrantes de segmentos ligados à cultura desta terra, como as invernadas tradicionalistas; os participantes do Ponche Verde da Canção Mirim; os estudantes, que dão lições de cidadania durante seus eventos, inclusive em gincanas e outras ações quando arrecadam alimentos, roupas, brinquedos e outros itens, ensinando a todos nós o verdadeiro sentido da palavra solidariedade; os grupos religiosos de várias denominações cristãs, e por aí poderíamos continuar nominando outros exemplos virtuosos.

 É, entretanto, no trabalho dos clubes jovens de serviços que mais se sobressai a força solidária de nossa juventude, traduzido nas promoções dos clubes rotários Interact e Rotaract, do Leo Clube, da Liga Jovem e do Grupo Demolay.

 Nós, veteranos, não podemos aderir ao ‘lugar comum’ de ficarmos acreditando que somente nossa geração se projetou em termos culturais, políticos e de engajamento nas questões sociais e comunitárias. Felizmente, existem entre nós muitos jovens bem-intencionados, competentes, sadios e merecedores de nosso respeito e reconhecimento. Gosto de falar sobre eles, como forma de ansiar que se tornem farois, projetando sua luz nas trevas das drogas e do crime em que alguns outros, na mesma faixa etária, acabam enveredando, na minha opinião em muito levados por desestruturação familiar, desamor e falta de oportunidades para manifestarem o bem potencial que habita em todos.

 Mas, a força dos grupos, das associações, das confrarias vem da qualidade das individualidades. E hoje destaco uma delas: a jovem Eliandra Vieira Simões, pedritense, formada em cidadania no Leo Clube, que atualmente reside em Santa Maria, onde cursa Educação Especial na UFSM. Ela participou, de 14 a 17 de novembro passado, no Congresso Brasileiro de Educação Especial, realizado na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo.

 “Foi uma grande experiência. Tivemos palestras e minicursos com profissionais bastante influentes em sua área, sendo esse um dos maiores eventos de Educação Especial em nível nacional”, contou-me Eliandra.

 Ela também se destacou, naquele congresso, tendo seu trabalho aprovado e apresentado no dia 15, durante o evento, que teve como tema e objetivo promover grupos de discussão sobre o processo de inclusão escolar de alunos com Autismo no município de Santa Maria-RS. Esse projeto está sendo desenvolvido junto ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação Especial e Psicanálise, do qual Eliandra é bolsista neste ano 2018 e pretende dar continuidade em 2019, quando será concluída a sua pesquisa juntamente com os demais participantes do Núcleo. Dias atrás, falei sobre a Isabelli Borba, nossa jovem embaixadora nos Estados Unidos. Hoje, discorri sobre Eliandra. São duas pedras preciosas num tesouro bem maior que temos de vigiar e proteger, elogiar e respeitar num contexto de tantas adversidades existenciais em que estamos mergulhados nessa sociedade repleta de sub-produtos de não-valor e consumismo. Aplausos, meninas! Multipliquem seus talentos, repliquem sua garra e determinação, para que seus exemplos renovem a cada dia nossas esperanças. Carpe diem!

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